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You have no right to be depressed

You have no right to be depressed

09
Mai20

Way to the Show

Parece um titulo enganador para a altura que vivemos, até porque nesta semana soubemos que este verão não há festivais, mas é também o nome de uma das minhas faixas favoritas, do brilhante ultimo álbum da Solange.

Mais do que só um disco, "When I Get Home" é toda uma experiência visual e artística. Cada uma das 19 músicas tem uma parte vídeo. O que resulta num filme de 42 minutos, onde tudo é pensado minuciosamente e encaixa de forma fluida e harmoniosa (e incrivelmente bonita).

Este trabalho que vem na sequencia e dá continuação a "A Seat At The Table", continua a mostrar uma Solange a explorar vários registos num trabalho de introspecção. Não só para a artista, mas principalmente para quem o ouve/vê. Nas próprias palavras dela “ao mesmo tempo um testamento pessoal e comunitário sobre a experiência da negritude nos Estados Unidos, tanto ontem como hoje, congregando uma perspectiva individual, cultural e social”. 

Há tanto a acontecer aqui. Se "Down With The Clique" e "Way To The Show" são melodiosas e translucidas (ainda que sempre com ritmo), há um claro sintetizador e uma bela bateria cheia de groove em "Almeda" e especialmente em "Binz". Mas também sentimos jazz e uma contagiante batida Soul & RnB em "Stay Flow" (outra das faixas que provavelmente vai ficar em repeat).

A cada faixa conseguimos sentir todas estas camadas e toda esta complexidade que resulta num disco que se ouve do inicio ao fim num só fôlego. Não que ainda fosse preciso fazer isso, mas é mais uma afirmação de que Solange é muito mais do que só a irmã mais nova de Beyonce.