Money
Num dia em que (finalmente) o estado anunciou o cancelamento dos festivais até 30 de setembro (algo mais do que esperado) e ao ver a reação de algumas das promotoras é só essa a palavra que me vem à cabeça. É certo que todos eles trabalham e fazem eventos para dar lucro. Óbvio, é o trabalho de cada um deles. Mas a forma como cada um lida com este "problema" e como os próprios dos clientes/festivaleiros respondem nas redes sociais mostra bem as diferenças.
Começando por partes, e confessando que já não era o maior fã do Alive, ainda fiquei menos depois disto tudo (o Mares Vivas também está a trabalhar bem para ficar nesse lote). Desde sempre que só pensaram numa forma de continuar a vender bilhetes e tentar de alguma maneira fazer o festival acontecer. SEMPRE. Ficamos em quarentena e continuaram, fomos para estado de emergência igual, a Taylor cancelou idem, e agora mesmo com estes resultados ainda lançam um comunicado ridículo (e escrito em cima do joelho) a dizer que vão esperar por uma decisão final da assembleia. Sempre com a cabeça no dinheiro e neles próprios.
Depois há Coura, Bons Sons ou NEOPOP (e outros...). Não estou aqui a dizer que também não pensam em gerar lucro e em crescer o evento. Claro que sim. Mas há muitas outras coisas que se juntam a isso. Há o respeito pelo meio envolvente, há uma vontade de fazer crescer a economia e há essencialmente um respeito grande por quem paga os bilhetes. Tratando cada cliente quase como família.
Isto tudo é fácil de ver e perceber na caixa de comentários de cada uma das publicações. De um lado há tristeza, saudade, nostalgia, pessoas que querem ir à mesma para Cem Soldos, Viana ou Coura porque já é um retiro e um escape. Do outro há frustração, raiva e muitas palavras muito pouco agradáveis. Isto não é por acaso. São coisas que se cultivam com os anos e com uma preocupação constante em melhor a experiência para as pessoas.
Porque há muitas "Money", pode ser dos Pink Floyd, mas também pode ser dos The Drums ou dos Vaarwell.