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You have no right to be depressed

You have no right to be depressed

07
Mai20

Money

Num dia em que (finalmente) o estado anunciou o cancelamento dos festivais até 30 de setembro (algo mais do que esperado) e ao ver a reação de algumas das promotoras é só essa a palavra que me vem à cabeça. É certo que todos eles trabalham e fazem eventos para dar lucro. Óbvio, é o trabalho de cada um deles. Mas a forma como cada um lida com este "problemae como os próprios dos clientes/festivaleiros respondem nas redes sociais mostra bem as diferenças.

Começando por partes, e confessando que já não era o maior fã do Alive, ainda fiquei menos depois disto tudo (o Mares Vivas também está a trabalhar bem para ficar nesse lote). Desde sempre que só pensaram numa forma de continuar a vender bilhetes e tentar de alguma maneira fazer o festival acontecer. SEMPRE. Ficamos em quarentena e continuaram, fomos para estado de emergência igual, a Taylor cancelou idem, e agora mesmo com estes resultados ainda lançam um comunicado ridículo (e escrito em cima do joelho) a dizer que vão esperar por uma decisão final da assembleia. Sempre com a cabeça no dinheiro e neles próprios.

Depois há Coura, Bons Sons ou NEOPOP (e outros...). Não estou aqui a dizer que também não pensam em gerar lucro e em crescer o evento. Claro que sim. Mas há muitas outras coisas que se juntam a isso. Há o respeito pelo meio envolvente, há uma vontade de fazer crescer a economia e há essencialmente um respeito grande por quem paga os bilhetes. Tratando cada cliente quase como família.

Isto tudo é fácil de ver e perceber na caixa de comentários de cada uma das publicações. De um lado há tristeza, saudade, nostalgia, pessoas que querem ir à mesma para Cem Soldos, Viana ou Coura porque já é um retiro e um escape. Do outro há frustração, raiva e muitas palavras muito pouco agradáveis. Isto não é por acaso. São coisas que se cultivam com os anos e com uma preocupação constante em melhor a experiência para as pessoas.

Porque há muitas "Money", pode ser dos Pink Floyd, mas também pode ser dos The Drums ou dos Vaarwell.

04
Mai20

All Apologies

Olá, como estão? Já lá vai algum tempo (bastante). Começamos este “regresso” com um pedido de desculpas por esta ausência, de mim para mim. Porque, na verdade, ao contrário do que parece com todos estes meses de distância entre a última publicação e esta, eu tive mesmo muitas saudades (essa palavra tão nossa) disto. Não desde blog em específico, mas desta comunidade bonita e desta zona blogosferica (provavelmente acabei de inventar esta palavra) que me é tão confortável. Sempre achei esta plataforma muito confortável e um abraço na alma escrever aqui. Simplesmente o último projeto (e do qual tenho muito orgulho) cresceu para outras plataformas e dimensões e deixou de fazer sentido. O divórcio com o Facebook também ajudou. A falta de tempo e cabeça para me dedicar a algo mais em condições também. Mas tive muitas saudades e voltar, sabe bem.

Tempos confusos estes em que vivemos não é? Neste dia em que vos escrevo acabamos de passar de Estado de Emergência para Calamidade (estranho como calamidade é menos grave do que emergência) e vamos tentar aos pouquinhos voltar à "normalidadepossível. Eu apesar de como muitas pessoas achar que preciso mesmo de fazer uma visita ao meu barbeiro, vou adiar isso para mais à frente. Fico feliz por este estado atual de coisas já me deixar pegar na minha mota "livremente. Isto vai difícil para pessoas como eu, que são de abraços, de toque e de proximidade.

Isso e concertos.

As saudades que eu tenho de ouvir música ao vivo. Vou só ali sonhar com o Primavera Sound,

até já.

03
Mai20

I Wanna Be Adored

Tal como diziam Morrissey e Marr "I am human and I need to be loved, Just like everybody else does" e eles bem sabiam do que falavam. Esta necessidade parva e muito humana de sentir afecto e até talvez aceitação por parte das outras pessoas (e de algumas pessoas em especial) é das coisas que acho mais dificieis de gerir. Não é que não me sinta feliz sozinho, porque enquanto filho único habituei-me desde cedo a fazer coisas e a funcionar muitas vezes sozinho (o que também torna tudo estupidamente mais difícil), mas há dias em que parece que falta alguma coisa. Não sempre, mas há dias que sabia bem aquele abraço, palmada nas costas ou outra coisa qualquer que te faça sentir completamente preenchido. Isto é que eu acho dificil de gerir e de perceber quem são as pessoas onde devemos procurar estes afectos. Porque depois muitas vezes por tentar ver sempre o lado melhor de toda a gente acabo sempre por ser quem fica com as dores todas. "allways wake up alone" como dizia a Amy.

Mas lá esta provavelmente isto vem tudo da minha veia de romancista do sec XIX, ou talvez por ser estupidamente melancólico e sentimentalista, ou quem sabe até por ser caranguejo. 

No fundo no fundo a culpa é dos Stone Roses e da quantidade absurda de vezes que ja ouvi a "I Wanna Be Adored"